terça-feira, 7 de abril de 2015

A Matemática da Vida ( I )

Algumas vezes fico pensando na vida, nas coisas que acontecem ao longo dessa nossa breve jornada em meio aos zilhões de anos que já passaram, passam e passarão...

Creio que os versos de William Blake ajudem a elucidar um pouco do que estou falando:

"To see a world in a grain of sand,
And a heaven in a wild lower,
Hold infinity in the palm of your hand,
And eternity in an hour."

Cada dia é um desafio... é sempre um motivo (ou uma desculpa) para fazermos descobertas e redescobertas nesse mundo que, por vezes, parece ser um grão de areia... um ínfimo grão de areia...

... E a vida, as coisas, o mundo, tudo pode ser mais belo do que parece... mais eterno do que de fato dure, assim como ser mais infinito em nossa plena finitude... Tudo depende da maneira como encaramos os fatos... tudo depende do referencial...

Constantemente são lançadas algumas discussões sobre o número de partículas que compõem o Universo... e seus desdobramentos... Isso tudo me faz lembrar, também, os versos de Blake que, de alguma maneira, traduzem a nossa pequenez frente ao Universo e o quanto tudo pode ser relativo. Podemos encontrar nas coisas pequenas e simples mais do que podemos imaginar... e, em meio aos grandes desvarios da vida, grandes surpresas... E isso, por consequência, me faz lembrar de muitos momentos que temos na vida que de certa forma retratam essa relatividade.

Mesmo diante das adversidades, o que não pode nos faltar é força para superá-las. Claro, esse é um dos desafios... nem sempre é fácil, mas fica menos difícil quando nos dispomos a encará-las e, principalmente, quando contamos com aqueles que nos encorajam... Nesse sentido, o tempo torna-se um grande aliado.

A vida, no final das contas, será uma enorme tabela de pontos pelos quais poderá ser observado um polinômio interpolador com algumas características bem interessantes, tais como máximos e mínimos e mudanças de comportamento, sem perder sua continuidade. E são exatamente esses máximos e mínimos, bem como as inflexões, que nos tornam fortes para continuar essa caminhada... ora estamos nas alturas dos máximos, ora nas agruras dos mínimos... e o que fato tem valor é aquilo que fica desse processo, as lições que aprendemos e os momentos que eternizamos na nossa mente e no nosso coração... a eternidade de uma hora, de um minuto, de um segundo... de uma meia-vida... de uma vida inteira. Legados que passam de geração em geração... valores, crenças, histórias, contos, fábulas, ficção, realidade... 


  Little Boots - "Mathematics"


PS: Se a vida fosse linear, certamente seria uma chatice... Se fosse senóide ou cossenóide, seria menos chato, entretanto os máximo e mínimos nem sempre têm a mesma amplitude e nem sempre ocorrem periodicamente... Agora, uma função polinomial de n-ésimo grau representa bem essas inconstâncias da vida...