quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

... e lá se vai mais um ano...

2014 aproxima-se do fim... particularmente foi um ano de obstáculos com diferentes ordens de grandeza, de altos e baixos, de desafios, de atropelos, de sucessos e fracassos, de erros e acertos, de momentos difíceis (muito difíceis)... mas não posso deixar de enaltecer os bons momentos, aqueles breves e eternos momentos bons ao lado daqueles que amo, de algumas demonstrações de amor incondicional... de amizade... na verdade são esses momentos que recarregam as energias e permitem ver um novo horizonte, permitem ver as coisas sob uma nova perspectiva... e dão ânimo para "levantar a cabeça acima de densa neblina do dia a dia e buscar algo mais longe"...

Talvez o título deste post esteja errado... melhor seria intitulá-lo "... e lá vem o novo ano..."... assim parece ficar mais inspirador, mais encorajador, menos pessimista... mais apropriado para o momento. Ainda que pareça ser apenas uma troca de calendário, a virada do ano não deixa de ter o seu significado. Um novo ano pode ser encarado como pelo menos 365 novas oportunidades de fazer boas escolhas, de fazer o bem, de procurar meios para realizar projetos, de buscar respostas certas para as perguntas, de fazer as perguntas certas... de cultivar as amizades e os amores... de mudar...

O que posso desejar, para o próximo ano (e sempre)? Que o tempo seja generoso a ponto de vivermos a vida em sua plena forma, de nos descobrirmos e redescobrirmos em meio ao nosso cotidiano e suas atribulações, de permitir-nos consertar os erros... que continuemos escrevendo a nossa história e deixando o nosso legado.

Deixo aqui um poema que escrevi, há algum tempo, cujos versos são atemporais... e, para complementá-lo, uma outra composição, também, atemporal e que fala sobre o tempo: "Oração ao Tempo", de Caetano Veloso, interpretada por Rita Ribeiro.



Que não nos falte tempo nem inspiração em 2015! Um Feliz Ano Novo!


"Oração ao Tempo", de Caetano Veloso, interpretada por Rita Ribeiro.



Oração ao Tempo (Caetano Veloso)

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo
Quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo
O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo, tempo, tempo, tempo
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Portanto, peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo





quarta-feira, 1 de outubro de 2014

(DES)COMPASSO (IR)RACIONAL

Com os olhos abertos,
Enxergo tudo aquilo que não quero.
Com a boca fechada,
Xingo e falo tudo aquilo que calo e não consinto.

Esvazio meus pulmões
Numa tentativa de desabafar,
Mas minha mente não se aquieta,
Não pára de pensar, e pensar, e pensar...

Meu coração bate descompassadamente,
Movido pelos meus sentimentos,
Em conflito com os meus pensamentos,
Seguindo os passos das minhas emoções e das minhas razões...

Com minhas mãos atadas e meus pés no chão,
Não consigo me sentir livre para chegar onde quero.
Assim, levanto vôo em direção os meus sonhos,
Sem perder de vista a realidade.

Epifania? Divagação? É a irracionalidade se dando conta da racionalidade
Acerca do mundo que se apresenta a minha frente...
Reflexões decorrentes de uma realidade humana
Que, de tão absurda, chega a ser desumana.



Será Que É Isso Que Eu Necessito?  - Titãs

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Referencial

Não é necessário bússola para saber onde estou.
Não são necessárias coordenadas para saber onde você deve chegar.
Não precisa de mapa porque você conhece todos os caminhos e todos os seus detalhes.
Se por acaso você se perder, te ajudo a se encontrar porque já estamos perdidos no tempo e no espaço...
Aliás, nos encontramos e nos perdemos inúmeras vezes... e mesmo distantes geograficamente, algo nos torna próximos, muito próximos... e ainda que o tempo passe, o que nos rege é atemporal, uma vez que nos reconhecemos... uma vez que nossos corações se reconhecem e nos lembram de que a vida deve ser vivida...






Mapa- múndi
Thiago Pethit

Me escreva uma carta sem remetente
Só o necessário e se está contente
Tente lembrar quais eram os planos
Se nada mudou com o passar dos anos

E me pergunte: "O que será do nosso amor?"

Descreva pra mim sua latitude
Que eu tento te achar no mapa-múndi
Ponha um pouco de delicadeza
No que escrever e onde quer que me esqueças

E eu te pergunto: "O que será do nosso amor?"

Ah! se eu pudesse voltar atrás
Ah! se eu pudesse voltar

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Uma Breve Reflexão Sobre o Tempo

O que dizer do tempo? Tenho um pouco de pressa, mas preciso falar um pouco sobre o tempo... O tempo que passa, sem parar, e que está confinado nos movimentos de alguns ponteiros... tica-tac... ou em alguns grãos de areia de uma ampulheta... ou nas gotas de uma clepsidra... O tempo que se registra na face, nas mãos calejadas, nos fios de cabelo branco... O tempo que une o passado ao futuro, que acontece no presente (aliás, que é presente). O tempo efêmero... O tempo que parece não passar... O tempo passado no tempo... O tempo de mudanças, acontecimentos, interrupções...

Muitas vezes nós nos perdemos no tempo que temos, entre o tempo que passou e aquele que está por vir. Queremos que algumas coisas aconteçam, sem que estejam no seu tempo. Em contrapartida, outras coisas acontecem de maneira precoce, parecendo estar fora do seu tempo.

É muito difícil falar sobre o tempo, dado que muitas vezes abdicamos de nós mesmos utilizando, vez ou outra, a velha e, por vezes inexorável, falta de tempo...

Independente de como possamos definir o tempo, ele faz parte da nossa vida, ele nos rege, Há quem diga que "temos todo o tempo do mundo" (Renato Russo) ou, ainda, que "o tempo não pára" (Cazuza). Mesmo sabendo que o tempo é infinito, nós somos finitos. Temos o nosso tempo e, de certa forma, ele está contado, cronometrado... O que fazer?

Não há como negar que deixamos muitas coisas para fazer amanhã. Mas... e se não houver amanhã? Deixaremos de dizer "eu te amo!", "desculpe-me!", "muito obrigada!"... deixaremos de viver momentos únicos... Talvez seja tempo de pararmos para pensar no hoje... de sentir os prazeres do presente... Carpe diem, quem sabe?!?...

O que passou fica na lembrança, guardado na memória, arquivado em algum cantinho tenro do coração. O que está por vir começa a ser construído a partir do que fizemos e, principalmente, do que fazemos (os sonhos de hoje podem ser as realizações que estão por vir - num futuro próximo ou um pouco mais distante... ou nem sequer se realizem...).

Se algumas vezes deixamos de sonhar, perdendo noites de sono e sonhos, para ficar pensando em problemas, remoendo aquilo que poderia ter sido e não foi, precisamos rever o nosso tempo - ou porque ele nos falta ou porque não nos damos esse tempo... os problemas tomam dimensões que ultrapassam a real relatividade entre o espaço e o tempo).

É chegada a hora de termos mais tempo, de lutarmos por esse tempo que é tão necessário (ao nosso espírito, à mente e ao coração... um tempo vital!). É preciso pensar no mundo, nos outros, mas, também, em nós! Precisamos acreditar em nós mesmos, naquilo que fazemos de bom e de melhor, nas nossas capacidades, habilidades, competências e, claro, no nosso tempo, respeitando-o. Precisamos saber aceitar nossos limites, nossos erros... e repará-los enquanto há tempo, dentro das nossas possibilidades e daquilo que está ao nosso alcance.

Talvez, dessa forma, possamos definir, de verdade, o que é o tempo, o seu significado, a sua magnitude, o seu valor, a sua essência - pois é através do tempo que, do nascimento à morte, nos formamos; é ao longo do tempo que crescemos e aprendemos tantas coisas que esse mundo tem a nos ensinar.

Por mais que o tempo passe, é sempre bom lembrar que somos capazes de deixar marcas, seja a nossa História ou a nossa própria história. É muito bom saber que o tempo pode passar, passar, passar... mas tudo que construímos, assim como tudo aquilo que nos empenhamos em fazer e fazemos com muito amor, além das pessoas que conhecemos ao longo da vida que, de certa forma, nos marcam e emocionam a cada dia, a cada encontro, a cada reencontro... ficam.

Tudo que podemos pensar e contar sobre a vida e sobre nós mesmos só é possível com a existência do tempo.

Essa é apenas uma breve reflexão sobre o tempo e sua passagem, em suas diversas formas/maneiras de ser interpretado. O seu real significado fica a cargo de cada um que se propõe a refletir sobre a vida, o mundo e, consequentemente, dispõe de um tempo, mesmo que mínimo, para refletir sobre o Tempo.


https://www.youtube.com/watch?v=jHTcEj_Am2E


terça-feira, 20 de maio de 2014

Meus sentimentos rasgam o silêncio da madrugada,
Rompem barreiras, trincheiras, barricadas...
Contradizem a razão, enganam o coração...
Confundem o que é real com o que é ilusão...

Na escuridão da noite, meus pensamentos clareiam...
Brilham, reluzem, iluminam-se, relampeiam...
São sinapses  que ocorrem a cada batida do coração...
É como se o cérebro estivesse do lado esquerdo do peito, sem qualquer distinção...

Segue a noite, madrugada a dentro, fria...
Solenemente vem surgindo o novo dia
E surgem, também, novas expectativas...

As velhas expectativas perdem-se com o passado...
Algumas delas são como versos de um poema inacabado,
Mas servem de inspiração para os versos de uma nova poesia...




"O Silêncio das Estrelas" - Lenine (uma música para dar mais vida aos meus versos...)



O Silêncio das Estrelas - Lenine

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro, afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais
Afinal, feito estrelas que brilham em paz, em paz

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

Um sinal, uma porta pro infinito, irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Por quê?

Por que as coisas são como são?
Por que a mente sufoca o coração?
Por que o sono insiste em não vir?
Por que temos tantos deveres para cumprir?

Por que nos desencontramos tanto?
Por que nos perdemos num infinito pranto?
Por que não podemos viver nossa vida?
Por que a nossa história deve ser esquecida?

Sim, a razão sempre lembra-nos
Que o coração deve permanecer quieto, calado...
E assim ele segue, sutil e inutilmente machucado...

Quem dera tivéssemos nos encontrado num outro tempo desse mesmo espaço...
Seríamos felizes, sem medos, questionamentos, sofrimentos...
Por quê? Porque viveríamos entregues aos nossos mais puros sentimentos.




terça-feira, 15 de abril de 2014

A mente demora para processar os sinais que vem do coração.
É um aperto, um frio na barriga, um nó na garganta...
São os olhos sustentando lágrimas por um fio...
É o eterno desafio de engolir o choro
E moderar a luta diuturna entre a razão e a emoção.
Em meio às loucuras do mundo,
Surge a dúvida sobre a nossa sanidade
E a certeza sobre a nossa sobriedade
Num caos organizado, num mundo de contos fantásticos,
Dos sonhos sonhados acordados
E dos pesadelos vividos dia após dia.
Entendemos, mas não concordamos...
Tentamos nos entender, mas divergimos... ao mesmo tempo em que convergimos...
Vivemos num paradoxo infinito, onde as explicações fogem do nosso alcance e do nosso entendimento...
Resta-nos ter manter a lucidez, seguir nosso caminho e resistir bravamente aos eventuais desvios...
Resta-nos ter forças para viver e sobreviver às intempéries da vida,
Como se absolutamente nada nos atormentasse,
Nos entorpecesse, nos desestabilizasse, nos enlouquecesse...
... E tudo é vão!... Expectativas, desejos, filosofias, teorias, crenças, pensamentos, sentimentos...
... Parece que é tudo perene e vão!...
Sem desculpas, sem agradecimentos, sem reconhecimentos, sem perdão.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Legado

A vida segue perene, em sua essência,
Exigindo um pouco de calma e paciência,
E deixa, ao longo do tempo,
Ternas e eternas lembranças
Que habitam a nossa mente e aquecem o nosso coração,
Que acompanham-nos em todos os momentos, até mesmo na solidão...
Que tornam-nos fortes e nos faz sentir saudade...
Vivamos a vida, dia após dia,
Da melancolia à alegria,
Fazendo cada instante valer a pena,
De forma verdadeira e plena,
Deixando ao mundo um incrível legado:
Como é bom viver!... e amar!... e dançar!... e cantar!...
E fazer o bem!... e acreditar que tudo pode ser diferente... e melhor!...
E sonhar!... e sorrir!... e chorar!... e se emocionar!...
E ser feliz!... e aprender!... e ensinar!...
E, no momento certo, partir.
Não há como fugir da lógica que nos rege,
Embora algumas premissas não façam o menor sentido...
Na dúvida sobre o amanhã,
Vivamos o hoje e deixemos o passado em um lugar privilegiado da memória,
Afinal a vida é uma linda história
Que é vivida, contada e, no coração daqueles que amamos, se eterniza.

sábado, 22 de março de 2014

Profecias

Mesmo diante do impossível,
A gente sempre crê em algo tangível.
O fato é que a realidade extrapola a ilusão
E faz bater, de forma arrítmica, o frágil coração.

Desculpas nem sempre resolvem o problema,
Pois, às vezes, são mal interpretadas,
Doem na alma e nos colocam diante de um dilema
No qual as consequências são as mais variadas...

Quem dera um dia todo o esboço da nossa história
Fosse passado a limpo, ressaltando os bons momentos,
Priorizando o que há de melhor em nossos pensamentos e sentimentos...

Não adianta mudar o destino,
Pois tudo está devidamente traçado o tempo e no espaço...
Resta apenas uma palavra eternizada em um longo beijo e um forte abraço.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Opus 42

Quero perder um tempo em seus braços,
Ouvir nossos corações batendo em sintonia,
No mesmo ritmo, em meio aos descompassos
Que a vida nos apresenta a cada novo dia.

Nossa música não passa de uma obra imaginária,
Que norteia nossos pensamentos e breca nossas ações
No momento em que, de forma arbitrária,
Atinge em cheio os nossos sentimentos, as nossas emoções.

Quem dera um dia nossa música pudesse tocar,
Sem censura, sem medo, sem ter que pedir permissão...
E permitisse-nos dançar...e cantar... e amar...

Nossa música será sempre uma obra fragmentada,
Com pequenos movimentos compostos e executados ao longo do tempo,
Mas sem vir a público... e, baixinho, ecoará... seguindo inacabada.


quarta-feira, 19 de março de 2014

A noite vai passando, sem hesitar...
E eu aqui, acordada, deixando de sonhar...
Peraí! Quem disse que não posso sonhar acordada?
Quem disse que não posso vislumbrar minha vida idealizada?

O passado é o presente na lembrança,
E o presente alimenta a esperança
De um futuro que seja vivido em sua essência,
Com muito gozo, alegrias, conquistas, saúde, paz, calma, paciência...

Os olhos buscam enxergar aquilo que dita o coração,
Sem desprezar a razão e sem que haja redenção...
Tudo ligeiramente calculado num outro tempo desse mesmo espaço...

A Lua brilha, soberana, iluminando mentes e corações,
Velando sonhos, sono, pesadelos, vidas, mortes, paixões...
Dando mais um dia por encerrado e outro sendo iniciado...

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Sem Título

"Nada sou, nada posso, nada sigo.
Trago, por ilusão, meu ser comigo.
Não compreendendo compreender, nem sei
Se hei de ser, sendo nada, o que serei.
(...)
Sonhar é nada e não saber é vão.
Dorme na sombra, incerto coração."

Sem título (6/1/1923), Fernando Pessoa (e seu poder de transcender a realidade e torná-la ainda mais real, verdadeira. E é uma verdade exagerada, real, quase surreal, que chega a doer, cegar, calar... A realidade não é feita apenas de sentimentos, mas também, de pensamentos que se perdem em sonhos vãos e se reencontram com o cotidiano, com a vida mundana, abstraída por aquilo tudo que poderia ter sido e não foi... Uma vez mais a razão se confunde com a emoção, deixando atordoado o coração. O tempo passa e a verdade, aos poucos, vem surgindo... É hora de dormir, de sonhar... e, logo mais, acordar para um novo dia, uma realidade que se reconta se refaz a cada novo instante de uma mesma vida... Fernando Pessoa e seu dom de inspirar a insônia...).



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A Onipresença do Passado

De longe, muito longe, vem o passado...
Mansamente assombra o presente,
Faz o coração bater calado,
Pois sabe que sempre será onipresente...

Sim , o coração bate forte e calado,
Emudecendo, também, a razão.
O destino parece estar condenado
Ao forte e impetuoso apelo do não...

Ainda que seja contrário às voltas que o mundo dá,
Pode ser que o finito confunda-se com o infinito...
Os sentimentos não darão trégua e a razão não cederá...

O futuro será perseguido por uma eterna dúvida:
Como seria se o que é não tivesse sido o que foi?
Não adianta enganar o tempo, que passa de maneira contínua e lúcida...

12/02/12 (12+02=14)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Lua Crescente

Brilhando no céu, lindamente,
Está a Lua Crescente...
É quase um sorriso
Na escuridão do céu, um improviso...
Ou a certeza de que virá outra nova fase lunar,
Deixando claro que o tempo não para de passar.
A mensagem das estrelas é fácil de ser entendida:
É necessário que vivamos a nossa vida,
Que aproveitemos cada oportunidade,
Que permitamo-nos estar próximos da felicidade...
Talvez algumas coisas muito sofisticadas sejam dispensáveis,
É necessário estarmos sãos, saudáveis
E dispostos a encarar os desafios e lidar com as adversidades,
Com uma dose de bom humor e algumas amenidades,
Sem esquecermo-nos de calibrar a nossa escala de valores
Prezando sempre todos os nossos amores.


PS: A Lua estava linda, na madrugada de hoje...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Rosa dos Ventos

O que precisamos saber
Para podermos viver?
Que o vento é sinônimo de liberdade?
Que o tempo passa e, com ele, a idade?
Que a gente não se cansa de amar?
Que palavras não substituem um profundo e verdadeiro olhar?
São tantas as coisas que devemos saber...
Mas essencial, mesmo, é viver.
É ver o Sol se pôr a cada entardecer.
É ver a Lua levantar-se no ápice do anoitecer.
É esperar o novo dia amanhecer...
É acreditar num eterno renascer...
É sentir cada uma das estações...
... Outonos... Invernos... Primaveras... Verões...
É olharmos no espelho e vermos a face envelhecida,
Mas a alma alegre, pura, jovem, rejuvenescida...
Não há segredos para o tempo, para a vida, para a morte.
Basta-nos apenas ter um caminho a seguir, um norte.


 Essa foto foi tirada no Conjunto Nacional, em Outubro de 2012, mas não tenho registro do nome e autor da obra...

domingo, 12 de janeiro de 2014

100%

O tempo passa, lento,
Na velocidade do vento...
Assim como passa o meu pensamento,
Aliado a um sentimento
Repleto de desalento...
A saudade é o contentamento
Para o coração que bate atento,
Buscando pleno (ou parcial) preenchimento,
Nem que seja por um infinitesimal momento...
E seguimos em total desalinhamento,
Nesse mundo que não passa de um grande invento...

sábado, 4 de janeiro de 2014

Versinhos Brancos na Negra Noite

Ontem eu não vi você,
Mas hoje você estava em meus sonhos...
Pode ser que amanhã nos encontremos...
O que acontecerá depois?
Depois de tantas idas e vindas,
O que virá? O que será?
Apenas pensamentos... e todos os sentimentos...
Tudo junto e misturado numa poesia que não rima,
Que apenas silencia, que não diz nada,
Que sufoca o coração e parece pedir-lhe perdão
Pelas mazelas cometidas...
Mais uma vez as palavras perdem-se em versos brancos
Em meio a escuridão da noite...
Mais uma vez, o sono se aproxima,
Tal como os sonhos...
E, com eles, as expectativas, o futuro...
Por vezes, eu... por ora, você...

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Que venha 2014!

Começar o ano com um pouco de poesia parece ser uma boa pedida... e nada melhor do que contar com um dos meus poetas favoritos: Fernando Pessoa e seus versos sobre o ano novo:

Ficção de que começa alguma coisa!
Nada começa: tudo continua.
Na fluida e incerta essência misteriosa
Da vida, flui em sombra a água nua.
Curvas do rio escondem só o movimento.
O mesmo rio flui onde se vê.
Começar só começa em pensamento.

Não dá para dizer que 2013 foi o ano da minha vida... ainda não foi... rs... mas foi um bom ano. Tive a oportunidade de viver novas experiências, estar em novos lugares, conhecer novas pessoas... Pude aprender com meus erros, lidar com as adversidades, evoluir um pouco mais, superar alguns desafios... pude aprender coisas novas e pude, também, ensinar outras tantas...

A vida é contínua, mas o simbolismo da virada de ano, da troca de calendário, inspira a pensar e repensar algumas coisas... Muda o calendário, mas o tempo não para, assim como não cessa a busca pela realização dos sonhos, pela concretização de metas e projetos...

2013 é passado e deixa boas lembranças... agora é tempo de  olhar para frente, de encarar o novo ano! É tempo de planejar, replanejar, de colocar planos em prática, de fazer ajustes, adaptações (na verdade é sempre tempo de todas essas ações)...

Só posso desejar a todos um Feliz 2014! Que tenhamos mais um bom ano (quem sabe esse não seja O ano da nossa vida?!?) repleto de muita saúde, paz, amor, alegrias, projetos, realizações, conquistas (acadêmicas, profissionais, pessoais), muita energia para encarar os obstáculos e desafios, superar as dificuldades com êxito... e que possamos compartilhar muitos bons momentos ao lado daqueles que amamos e que tornam a nossa vida ainda mais especial!

Vamos receber 2014 de braços abertos!



PS: aproveitando a "vibe" da festa de ano novo, compartilho uma música cujo título é um desejo que, creio, seja comum a todos nós!